Treinador Tiago Nunes conseguiu mudar o rumo do Corinthians na competição. (Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians) |
Desacreditado, pressionado e próximo da zona de rebaixamento. Esse era o cenário do Corinthians antes da paralisação do Campeonato Paulista, com uma das piores campanhas do clube - 2 vitórias, 5 empates e 3 derrotas.
Praticamente, o clube só se classificava com um milagre: precisava vencer as duas partidas e torcer para o Guarani somar, no máximo, um ponto. E, por incrível que pareça, aconteceu: o Timão venceu o Palmeiras por 1-0 e o Oeste por 2-0, enquanto viu o time campineiro perder pro Botafogo de Ribeirão Preto e para o São Paulo. Neste texto, listamos cinco fatores que moldaram essa reviravolta do time de Tiago Nunes que, ainda hoje, jogará o primeiro derby das finais, em busca de ser o primeiro tetracampeão do futebol profissional de São Paulo. Vamos lá?
1 - SORTE
Desde a retomada do futebol, o Corinthians marcou cinco gols, sendo que, em três destes, contou com a falha dos goleiros adversários (sem mencionar, é claro, a expulsão do atleta do Mirassol). Contra o Red Bull Bragantino, por exemplo, a infelicidade de Júlio César foi antes do primeiro minuto, mudando totalmente o rumo da partida.
2 - MUDANÇAS DE TIAGO NUNES FINALMENTE SURTINDO EFEITO
Seja pelo elenco fraco, por ter uma visão diferente ou até por não ter medo de mudar o time de acordo com o merecimento do jogador, Tiago Nunes apostou em Danilo Avelar na zaga, Carlos na lateral e Éderson no meio-campo. Para a sorte do treinador gaúcho, as apostas deram certo. Os dois primeiros tem uma importante participação no melhor setor da equipe - a defesa, não vazada nesses quatro jogos pós-paralisação - e o último marcou três dos cinco gols do Corinthians nesse mesmo período.
3 - O COMANDANTE ESTÁ ADAPTANDO O SEU ESQUEMA AO CORINTHIANS
Quando o Corinthians demitiu Carille e foi atrás de Tiago Nunes, o torcedor esperava que, enfim, o clube mudasse sua fama de retranqueiro, de jogar por uma bola. O gaúcho, inclusive, tentou já chegar impondo seu estilo, mas a eliminação na pré-Libertadores e as derrotas no Paulistão fizeram Tiago ir para a paralisação já pressionado no comando do clube. Na volta, vemos mais um Corinthians que lembra as equipes de Fábio Carille do que o time que Tiago Nunes estava tentando implementar. Um time muito forte no sistema defensivo e que não tem medo de jogar por uma bola. Não é bonito, mas como estamos todos acostumados, traz resultados. Afinal, no Corinthians, a necessidade de vencer é muito maior que a de jogar bonito...
4 - ENFIM, CRIANDO UMA QUÍMICA ENTRE OS TITULARES E ENCONTRANDO O SEU 11 IDEAL
Como disse anteriormente, Tiago Nunes vinha buscando implementar seu estilo de jogo ofensivo no Corinthians e, para isso, rotacionava quase que totalmente o elenco de um jogo para outro (muito por causa de não ter tido muito tempo de pré-temporada).
Fato é que, se repetir a escalação inicial da partida contra o Mirassol nesta quarta, o treinador terá repetido o time titular por 3 jogos seguidos pela primeira vez no ano. Isso é importante pelo conjunto, para se formar uma base, criando química entre os jogadores. Entretanto, há o ponto negativo: o desgaste físico, já que os jogadores ficaram meses parados e, nessa volta do esporte, atuaram em 5 partidas nos últimos 13 dias.
O que podemos esperar para o resto do ano é um time parecido com esse esboço que vimos na volta do Paulistão, já que Cantillo e Boselli voltaram a ficar à disposição do treinador e possíveis movimentações no mercado de transferência podem acontecer, tanto de ida quanto de vinda.
5 - POR ÚLTIMO - E MAIS IMPORTANTE - A DEFESA
A equipe do Parque São Jorge sempre foi conhecida por sua defesa intensa, arrumada e eficiente, que o levou a muitos títulos nesses últimos anos. Tiago Nunes, conhecido por seu estilo ofensivo, aparentemente entendeu isso. Depois da paralisação, o Corinthians ainda não foi vazado e, obviamente, isso tem MUITO mérito das ótimas atuações de Cássio. Entretanto, a entrada de Danilo Avelar de zagueiro e a permanência de Carlos na esquerda, com certeza, ajudaram a fortalecer o sistema.
CONCLUSÃO
Independente do resultado da final, a mudança de rumos que a equipe teve no Paulistão já dá esperanças para o torcedor que o time pode lutar por coisas maiores no Campeonato Brasileiro. O time pode mudar com a volta de Cantillo e Boselli, porém o treinador parece ter encontrado o caminho das pedras pra fazer a engrenagem girar. Esperemos.
Texto escrito por Erick Araújo. Revisado por Arthur Kartalian e Daniel Keppler.
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