Ronaldo em sua estreia pelo Corinthians. (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians) |
Recém promovido à elite do futebol brasileiro, o Timão se via na mesma situação de Ronaldo: a de um gigante desacreditado.
Após a queda no Brasileirão de 2007, a Fiel Torcida era humilhada por todos seus rivais. O São Paulo vinha de um tricampeonato brasileiro e de uma Libertadores e um Mundial em 2005; o Palmeiras, seu maior rival, venceu o Paulistão de 2008 com propriedade. Vale lembrar que, na mesma competição, o Corinthians não se classificou para as semifinais do Estadual. Mesmo com a campanha histórica na Série B de 2008, onde conquistou 85 pontos em 38 jogos, o Alvinegro era o que seria hoje a "4ª força" do estado no ano de 2009. Nem a contratação de Ronaldo mudava esse patamar.
O atacante de 32 anos disputou apenas 20 jogos e marcou 9 gols durante sua passagem no Milan. Uma passagem que fora encurtada por conta de outra lesão no joelho esquerdo. A idade parecia ter chegado, junto ao declínio físico, devido às lesões no joelho, e técnico, marcado por uma queda representativa no seu rendimento.
Ambos necessitavam de um 2009 'fenomenal' para se reafirmarem, e foi isso que aconteceu.
Dois anos mágicos
Há exatos onze anos, no dia 04 de março de 2009, ele entrava em campo pela primeira vez com a camisa alvinegra. Era a primeira vez desde o dia 14 de fevereiro de 2008, quando novamente lesionou o mesmo joelho, que ele entrava em campo em uma partida oficial. Aos 22 minutos do segundo tempo do jogo contra o Itumbiara/GO, pela Copa do Brasil, Ronaldo entrou no lugar de Jorge Henrique e entrou de vez na história do Corinthians.No jogo seguinte, aconteceu o seu primeiro passo rumo à afirmação: em pleno Derby, aos 48 minutos do segundo tempo, Ronaldo marcou o gol de empate. O seu primeiro com a camisa corinthiana não foi um gol de placa, foi um gol de 'alambrado'.
Até o final de sua passagem no Parque São Jorge, o Fenômeno disputou 69 partidas e marcou 35 gols. Dentre os mais importantes, marcou nas duas finais de 2009, contra o Santos no Paulistão e contra o Internacional na Copa do Brasil.
Ronaldo coroou o ano da volta corinthiana: dois títulos, valorização da marca e o início da era mais vencedora da história do clube paulista.
Um legado contínuo
Seus méritos não pararam por 2009: com influência de Ronaldo, em 2010 o clube inaugurou o C.T Joaquim Grava, um dos mais modernos do país.Mesmo com um 2010 - ano do centenário do clube - marcado por lesões, a eliminação trágica na Libertadores e por 'bater na trave' no Brasileirão e seus poucos dias em 2011 manchados pela eliminação contra o Tolima, o torcedor corinthiano sempre lembrará com brilho nos olhos tudo o que o Fenômeno fez pelo clube.
Apesar de já ter aposentado e não ter cargo oficial no clube, sempre que pode Ronaldo ajuda o time e aparece na Arena Corinthians para assistir os jogos do time. Em maio de 2019, inaugurou a Arena Ronaldo, uma quadra poliesportiva no terreno da Arena Corinthians, em frente ao setor Norte, e foi homenageado na camisa I da temporada. Na época, Fenômeno não poupou elogios ao clube e sua torcida: "Eu estava relembrando minha apresentação no Parque São Jorge, e conhecer de perto essa torcida pra mim foi muito emocionante e me motivou muito mais. Era um motivo de muita honra vestir essa camisa. Muito obrigado ao bando de loucos".
11 anos atrás, sua caminhada começou. Um ídolo gigante para um time gigante. Juntos, voltaram às glórias.
Coroados, mostraram sua força. Algo pra lá de 'fenomenal'!
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