Mesmo sem gols, o Majestoso de sábado foi um bom jogo. (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians) |
Vamos entender um pouco melhor como foi o jogo:
Primeiro tempo: fomos neutralizados no início, mas terminamos melhor
No início de jogo, quem foi dominante foi o São Paulo. Logo no começo do jogo, as duas primeiras boas chances do time tricolor: bom chute de Daniel Alves, que exigiu defesa de Cássio, e um chute de Pablo, que passou perto do gol.
Aos 25 minutos de jogo, um susto aos corações corinthianos: Pablo chegou a marcar após duas defesas de Cássio, mas o gol foi anulado por conta de um impedimento.
Apesar de boa posse de bola, o Timão não conseguia traduzir em chances reais, muito por conta da boa marcação do São Paulo no meio-campo. Nosso meio, que, por sinal, vem sendo de total importância para o andar do jogo e criações de jogadas esse ano.
Nos últimos 10 minutos de jogo, o Timão foi melhor na partida e criou algumas oportunidades e as duas melhores chances do primeiro tempo.
Camacho, com bom lançamento, achou Boselli, que não encontrou ninguém no meio da área. Assim como Vagner Love, que levou a bola ao fundo mas não traduziu em boa chance, pois não achou ninguém em condição na área.
Em bom lançamento de Cantillo para Fágner – que, por sinal, são espetaculares e estão virando costume – o lateral cruzou para a área, Boselli tira do goleiro, mas finalizou mascado e Volpi, em boa recomposição, tira a bola quase dentro do gol.
E para fechar a última boa chance do Corinthians no primeiro tempo, Boselli não conseguiu dar direção no cabeceio à bola cruzada por Lucas Piton, perdendo assim, a chance de abrir o placar do jogo.
Fim de primeiro tempo: São Paulo 0x0 Corinthians.
Segundo tempo: a consagração de ambos os arqueiros
Assim como terminou o primeiro tempo, começou o segundo: com o Corinthians melhor no jogo e partindo para cima. Mas, aos quatro minutos de jogo, em contra-ataque, o São Paulo foi neutralizado por Cássio, que na sequência viu bom chute de Vitor Bueno passar no lado de fora da rede.
Aos nove minutos aconteceu a primeira substituição do Timão: Pedrinho entrou no lugar de Vagner Love.
Aos 15 minutos, Alexandre Pato teve ótima chance, saindo cara a cara com Cássio, mas desperdiçou após boa defesa do nosso camisa 12 – a chance perdida foi tão boa, que um integrante da equipe do site reportou que um aplicativo que estava transmitindo o tempo real do jogo apitou gol do São Paulo, mas logo depois corrigiu o erro.
Aos 21 minutos de jogo, Pedro Henrique – que estava fazendo ótima partida novamente – sentiu dores e foi substituído por Bruno Méndez. E aos 28 minutos de jogo, Everaldo entrou no lugar de Yony González, assim, acabando com o número de substituições do Corinthians.
Aos 43 minutos, após falta de Vitor Bueno – que já tinha amarelo e merecia ser expulso – em Pedrinho, Luan em boa cobrança de falta, parou em Tiago Volpi, que fez uma ótima defesa.
Aos 46, no entanto, uma suposta falta de Camacho em Igor Gomes dentro da área foi muito reclamada pelos jogadores do São Paulo, mas o juiz nada marcou e mandou seguir o jogo; então, na mesma jogada, Bruno Alves acerta bom chute que exigiu de Cássio uma ótima defesa.
Fim de jogo: São Paulo 0x0 Corinthians.
Uma atitude – das muitas – que não DEVE mais acontecer: os gritos homofóbicos e a homofobia
Decidimos abrir aqui um novo título para falar sobre um assunto que é muito importante debater e não deve mais acontecer: os gritos homofóbicos e a homofobia em geral.
No começo desse ano, quando Victor Cantillo foi apresentado pelo Timão, Duílio Monteiro Alves fez uma “brincadeira” – se é que podemos chamar assim – sobre Cantillo não poder usar a camisa de número 24, camisa essa que estava acostumado a usar no Júnior Barranquilla.
“Vinte e quatro aqui não”, disse o diretor de futebol do Corinthians, rindo. O número 24, no jogo do bicho, é associado ao veado, e a associação homofóbica se instaurou a partir disso.
Logo após a apresentação, uma chuva de críticas caíram em cima de Duílio – e com justiça –, que fez um vídeo se desculpando e tentando se explicar, dizendo que Cantillo usaria a 8 como uma forma de homenagem a Freddy Rincón. Homenagem esta que não aconteceu, pois a direção decidiu voltar atrás e Cantillo usa, atualmente, a camisa número 24. As críticas e o feedback da infelicidade dita por Duílio mostram que a sociedade não aguenta mais e não pode mais aceitar tais atos. Esperamos que o diretor tenha aprendido.
No jogo de ontem, toda vez que Cássio batia o tiro de meta, a torcida do São Paulo entoava gritos homofóbicos: “Ôôôô, bi-cha!”. Muita gente acha isso um “mimimi”, dizendo que é futebol "nutella", que isso é coisa do futebol moderno e blá-blá-blá - como se o futebol precisasse disso para ser paixão nacional. O futebol não precisa disso, a sociedade não precisa disso. O futebol é de todos, e o preconceito – seja ele qual for – não deve fazer parte dele.
Segue trecho do artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): “Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”, diz o artigo, que, eventualmente, pode ser utilizado pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) após o ocorrido no Majestoso.
O parágrafo segundo indica que “a pena de multa prevista neste artigo (de R$ 100 a R$ 100 mil) poderá ser aplicada à entidade de prática desportiva cuja torcida praticar os atos discriminatórios nele tipificados, e os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo de setecentos e vinte dias”.
Esperamos que, após tal repercussão, isso mude. Não somente a torcida do São Paulo, pois sabemos que infelizmente isso ocorre no Brasil inteiro. Todas as torcidas devem se manifestar contra a homofobia.
Análise final
Ambos os times tiveram boas chances de abrir o placar, mas falharam nas conclusões.
Vale destacar que o Corinthians, no meio da semana, teve um jogo muito duro, que exigiu muito do físico dos atletas pela Libertadores, jogando com um a menos em quase todo o jogo, e o São Paulo, sem jogo durante a semana, somente se preparou para o clássico.
Devemos destacar também a partida feita por ambos os arqueiros: Cássio e Volpi foram perfeitos no jogo e salvaram os dois times com suas ótimas defesas.
Agora, o Timão terá uma semana livre, de treinamentos, e volta a jogar somente no próximo final de semana (22), quando enfrenta o Água Santa, em Diadema.
Ficha técnica: São Paulo 0x0 Corinthians
Competição: Campeonato Paulista / 6ª rodada
Data: Sábado, 15 de fevereiro de 2020, às 19h00
Estádio: Cícero Pompeu de Toledo, Morumbi.
Árbitro: Douglas Marques das Flores
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis e Neuza Inês Back
Público: 44.280 pagantes
Renda: R$ 2.006.260,83
São Paulo: Tiago Volpi, Juanfran, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Tchê Tchê, Vitor Bueno, Hernanes (Igor Gomes) e Daniel Alves; Pato (Liziero) e Pablo (Toró).
Corinthians: Cássio, Fagner, Pedro Henrique (Bruno Méndez), Gil e Lucas Piton; Camacho, Victor Cantillo e Luan; Vagner Love (Pedrinho), Yony Gonzáles (Everaldo) e Boselli.
Cartões amarelos: Vitor Bueno, Daniel Alves e Reinaldo Alves (São Paulo); Cássio (Corinthians).
Escrito por Luis Guilherme Toledo Rillo, revisado por Arthur Kartalian.
Siga o autor no Twitter: @_guitoledo1
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