Ralf celebra um de seus oito títulos pelo Corinthians, ajoelhado no gramado da Arena (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians) |
É, Ralf. Quem diria, hein?
Quem diria que aquele cara de 25 anos, que chegou tímido do Barueri em 2009 dizendo que só queria "buscar seu espaço", seria hoje um sujeito tão vencedor e com números tão difíceis de atingir por um clube como o Corinthians?
Ah, convenhamos, vai. Não é todo jogador que consegue acumular 432 jogos vestindo nossa camisa e ganhar oito títulos, desde Paulista até Mundial de Clubes...
Mais do que isso: poucos conseguem números como esses da forma como você conseguiu: quietinho, discretamente, sem tanta mídia em volta... até de que repente, bum: estava ali, na nossa frente, um verdadeiro ídolo. Não daqueles que fazem gols decisivos a toda hora ou que se consagram como carrascos de rivais, mas de um outro tipo - e que a Fiel ama.
Você, Ralf, virou ídolo porque sua raça incondicional e lealdade absoluta dentro de campo nos conquistou. Não importa se marcando o Hazard no Japão ou o Quixadá em Bragança Paulista, nunca faltou raça, e nunca faltou lealdade. Onde já se viu um primero volante acumular mais de 400 jogos no Corinthians sem nunca ter sido expulso?
Você foi do tipo de jogador que, de tão ídolo, fazia a preocupação diminuir só de ver seu nome na escalação, pois sabíamos que, ali no campo, haveria pelo menos um sujeito que representaria. Não à toa, seu nome sempre foi gritado com um pouco mais de força quando aparecia no telão da Arena, e quando as crianças jogam bola na rua e desarmam o colega não hesitam em gritar "afaaaasta Ralf"!
Por esses motivos, e tantos outros que poderíamos elencar aqui, você também é aquele tipo de jogador que, de tão querido, é capaz de causar indignação pela sua saída. A gente lamenta pelo modo como as coisas aconteceram.
Mas, se te consola, vou te contar um segredo: o Corinthians nunca foi muito bom em valorizar ídolos. Pelo menos não enquanto eles estão vivos.
Agora, parece que chegou a hora de sair. A gente não queria, você também parecia não querer. E o desfecho desse impasse parece não ter sido pacífico. Não entendemos muito bem como você não tem espaço no Corinthians de 2020, mas como torcedores não temos o poder de te fazer jogar. Gostaríamos? Claro... mas não temos. Então nos resta lamentar, protestar e se despedir - a parte mais difícil.
Fazemos isso, aqui, com muita tristeza. Mas também com um enorme sentimento de gratidão por cada gol, cada roubada de bola e cada troféu. Independente de qualquer coisa, torcemos pelo seu sucesso fora do Corinthians e ficamos na esperança de que, um dia, surja alguém por aqui como você. Sabemos que sabemos que será difícil.
Quem diria que aquele cara de 25 anos, que chegou tímido do Barueri em 2009 dizendo que só queria "buscar seu espaço", seria hoje um sujeito tão vencedor e com números tão difíceis de atingir por um clube como o Corinthians?
Ah, convenhamos, vai. Não é todo jogador que consegue acumular 432 jogos vestindo nossa camisa e ganhar oito títulos, desde Paulista até Mundial de Clubes...
Mais do que isso: poucos conseguem números como esses da forma como você conseguiu: quietinho, discretamente, sem tanta mídia em volta... até de que repente, bum: estava ali, na nossa frente, um verdadeiro ídolo. Não daqueles que fazem gols decisivos a toda hora ou que se consagram como carrascos de rivais, mas de um outro tipo - e que a Fiel ama.
Você, Ralf, virou ídolo porque sua raça incondicional e lealdade absoluta dentro de campo nos conquistou. Não importa se marcando o Hazard no Japão ou o Quixadá em Bragança Paulista, nunca faltou raça, e nunca faltou lealdade. Onde já se viu um primero volante acumular mais de 400 jogos no Corinthians sem nunca ter sido expulso?
Você foi do tipo de jogador que, de tão ídolo, fazia a preocupação diminuir só de ver seu nome na escalação, pois sabíamos que, ali no campo, haveria pelo menos um sujeito que representaria. Não à toa, seu nome sempre foi gritado com um pouco mais de força quando aparecia no telão da Arena, e quando as crianças jogam bola na rua e desarmam o colega não hesitam em gritar "afaaaasta Ralf"!
Por esses motivos, e tantos outros que poderíamos elencar aqui, você também é aquele tipo de jogador que, de tão querido, é capaz de causar indignação pela sua saída. A gente lamenta pelo modo como as coisas aconteceram.
Mas, se te consola, vou te contar um segredo: o Corinthians nunca foi muito bom em valorizar ídolos. Pelo menos não enquanto eles estão vivos.
Agora, parece que chegou a hora de sair. A gente não queria, você também parecia não querer. E o desfecho desse impasse parece não ter sido pacífico. Não entendemos muito bem como você não tem espaço no Corinthians de 2020, mas como torcedores não temos o poder de te fazer jogar. Gostaríamos? Claro... mas não temos. Então nos resta lamentar, protestar e se despedir - a parte mais difícil.
Fazemos isso, aqui, com muita tristeza. Mas também com um enorme sentimento de gratidão por cada gol, cada roubada de bola e cada troféu. Independente de qualquer coisa, torcemos pelo seu sucesso fora do Corinthians e ficamos na esperança de que, um dia, surja alguém por aqui como você. Sabemos que sabemos que será difícil.
Mas, ei, aqui é Corinthians, não desistimos fácil!
Obrigado por tudo, Ralf. Nosso eterno Pitbull.
Obrigado por tudo, Ralf. Nosso eterno Pitbull.
Ralf no Corinthians: uma história de títulos e disciplina
Apresentação de Ralf (Foto: Reprodução) |
A passagem do Ralf é cheia de títulos como três Campeonatos Paulistas (2013, 2018 e 2019), uma Libertadores (2012), um Mundial (2012), uma Recopa Sul-Americana (2013) e dois Campeonatos Brasileiros (2011 e 2015) sendo fundamental em cada um dos títulos. Atuou em 432 jogos com a camisa do Corinthians, além de marcar 10 gols. Durante toda sua trajetória tomou 55 amarelos e nenhum vermelho.
Devido à total disciplina na marcação, Ralf foi nosso “cão de guarda” da defesa, e não demorou até que a torcida o apelidasse de “Pitbull”.
Contratado para 2010, o ano do Centenário, já no ano seguinte Ralf se destacou, sendo eleito o melhor volante do Brasileirão. Em 2012, foi fundamental nas maiores conquistas de sua carreira, a Libertadores e o Mundial.
No torneio sul-americano, Ralf fez o primeiro gol da campanha corinthiana: o do empate contra o Deportivo Táchira (VEN); já no Mundial, segurou o Chelsea e conquistou o mundo junto com o Corinthains.
Ralf durante jogo em 2019 (Foto: Reprodução/Meu Timão) |
Em 2013, Ralf é campeão Paulista e da Recopa Sul-Americana, sempre seguro na posição.
Em 2015, apesar da sombra do Bruno Henrique ameaçar sua titularidade, Ralf fez um ótimo Brasileirão e foi campeão novamente, sendo capitão no clássico contra o São Paulo, jogo em que a taça seria levantada por ele.
Após sair do Corinthians, transferindo-se para o futebol chinês, ele volta em 2018, com 34 anos. Apesar da idade, Ralf foi utilizado com frequência na temporada, e ajudou o Corinthians a conquistar mais um campeonato Paulista. No ano seguinte, esteve presente na campanha do tri estadual, título que (sem ele saber) acabaria sendo seu último pelo clube.
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