ÚLTIMAS

10 de janeiro de 2020

Corinthians Feminino: conheçam Andressinha, Poliana e Pâmela

Corinthians feminino comemora gol no Parque São Jorge
Em 2019, o Corinthians Feminino conquistou praticamente tudo o que disputou. E em 2020? (Foto: Bruno Teixeira/Corinthians)

O Corinthians Feminino se reapresentou essa semana, mas todos já sabiam que as notícias eram as melhores possíveis: das 24 jogadoras do elenco campeão de quase tudo que disputou em 2019, nada menos que 23 haviam renovado contrato - a exceção ficou por conta da atacante Milene.

Mas como se essa manutenção quase total do elenco não bastasse, o Timão foi lá e se reforçou, e com três nomes que prometem agregar demais a um elenco que já era, talvez, o mais qualificado do país. Vamos aqui analisar essas contratações e pensar sobre o que elas podem trazer de bom para o Corinthians!

Andressinha: reforço de impacto

Andressinha com a camisa do Corinthians
Andressinha vem dos EUA (Foto: Reprodução/Corinthians)
A meia foi a última das três contratações a ser anunciada, o que ocorreu nesta quinta-feira (9), apenas um dia depois de o Portland Thorns (equipe da National Women's Soccer League, dos EUA) ter anunciado a rescisão amigável de seu contrato. Desde então, a internet ferveu com especulações sobre para onde Andressinha viria, afinal a nota do clube dos EUA afirmava que ela voltaria ao Brasil - nas palavras de Gavin Wilkinson, gerente geral de futebol do clube: "Eu dou total apoio ao seu retorno ao Brasil em busca de ter mais tempo em campo".

O anúncio do Corinthians foi feito logo pela manhã, e a importância da contratação foi refletida na sua repercussão: a jogadora fez parte dos trending topics do Brasil por várias horas. Não é à toa: Andressinha é uma jogadora de grande habilidade e longo currículo internacional, mesmo tendo apenas 24 anos!

Ela, que é natural de Roque Gonzales (RS), surgiu para o futebol em 2009, ainda com 14 anos, ao ser selecionada em uma peneira para integrar a equipe do Pelotas. Já no ano seguinte, foi para o Kindermann (SC), onde jogou cinco temporada e empilhou troféus estaduais, assim como obteve duas artilharias da competição. Também foi jogando no Sul que ela conseguiu suas primeiras convocações na Seleção, no sub-17 (2010), no sub-20 (2012) e na principal (2012)!

Em 2015, a meia jogou pela seleção em dois grandes torneios, ambos no Canadá: a Copa do Mundo, em junho, e os Jogos Panamericanos em julho. No primeiro o Brasil não teve sorte e caiu nas oitavas, mas no segundo a campanha foi exemplar e terminou na medalha de ouro! Logo em seguida, ocorreu o anúncio de que Andressinha estava de mudança para os EUA, onde defenderia o Houston Dash. Lá, ela permaneceu por três temporadas, inclusive durante 2016, ano em que disputou as Olimpíadas do Rio pela seleção.

Durante todos os anos no Dash, a atleta jogou no Brasil por empréstimo ao término de seus compromissos pela NWSL: em 2015, jogou o Brasileiro pelo Tiradentes, para onde foi por meio de um draft realizado pela CBF; em 2016, foi para a Ferroviária, onde jogaria a Libertadores - mas uma convocação para a Seleção a impediu de defender o clube; e em 2017, esteve no Iranduba (AM), onde jogou o estadual.

No ano seguinte, em janeiro, Andressinha foi envolvida em uma troca de jogadoras e se transferiu para o Portland Thorns, onde esteve por duas temporadas: 2018 (ano em que ela voltou a jogar emprestada pelo Iranduba, para jogar a Libertadores) e 2019 (quando veio a disputa de sua segunda Copa do Mundo pela seleção). E esse ano, a volta definitiva ao Brasil, para defender o Timão!

Entre os títulos de Andressinha, podemos citar: quatro Catarinenses pelo Kindermann (2010 a 2013), um Amazonense pelo Iranduba (2017), e vários pela seleção como duas Copas América (2014 e 2018), uma Copa CFA (2017), quatro Torneios Internacional (2012, 2014, 2015 e 2016) e o ouro do Pan 2015.

O que esperar?

Andressinha é apontada como uma sucessora da geração de Marta, Cristiane e Formiga. Mas ela já conseguiu seu destaque, mesmo no meio de tantas craques!

A meia é conhecida por sua capacidade de leitura de jogo e inteligência tática. Além disso, outra característica importante pela qual a jogadora é conhecida é a bola parada; no último Mundial, devido a ausência de Formiga no jogo contra a Itália, uma das jogadas mais exploradas foi a bola parada, sempre cobrada por ela.

Em 2020, Andressinha chega para brigar por posição no time titular que já é fortíssimo e só tende a melhorar com sua adição. O meio-campo corinthiano, considerado por muitos o melhor do país, ganha mais uma craque, causando aquela dor de cabeça boa que todo técnico gostaria de ter...

Poliana: segurança e experiência

Poliana jogou no Orlando Pride (EUA)
Poliana jogou com Marta nos EUA (Foto: Orlando City SC)
Lateral-direita de 28 anos, Poliana atuava pela equipe do São José, chega para ser mais uma opção na defesa no time do treinador Arthur Elias. Pela equipe do interior paulista, no ano passado, Poliana fez 37 jogos, e acabou anotando 2 gols, além de fazer parte do elenco que conquistou os Jogos Regionais, e medalha de bronze na Copa Paulista e Jogos Aberto do Interior. Também atleta de Seleção Brasileira, foi companheira de Andressinha em diversas campanhas recentes da equipe, como no Pan de 2015, nas duas últimas Copas do Mundo, em 2015 e 2019 e nas Olimpíadas de 2016.

Poliana é natural de Ituiutaba (MG) e começou sua carreira no futebol em 2008, na equipe paulistado Rio Preto, onde se destacou e acabou transferida para o Santos no ano seguinte. Mas foi no São José, que a contratou em 2010, que sua carreira deslanchou: em quatro anos de clube, ela ajudou o clube a conquistar nada menos que três Copas Libertadores e um Mundial de Clubes, com direito a vitória sobre a fortíssima equipe do Arsenal Ladies (ING) por 2x0. Em 2011, inclusive, foi dela o gol do título continental.

A atleta acabou chamando a atenção do Houston Dash (EUA), que em dezembro de 2014 a contratou para disputar a NWSL. No ano seguinte, por empréstimo, Poliana foi parar na Islândia, onde ajudou a equipe do Stjarnan a chegar nos mata-matas da UEFA Women's Champions League e também a conquistar a Copa da Islândia. Ao voltar para os EUA, continuou em Houston até 2018, quando foi negociada com o Orlando Pride.

No ano passado, porém, Poliana voltou para o Brasil, onde retornou ao São José e disputou pela equipe os campeonatos Paulista e Brasileiro. E agora vem para o Corinthians, onde pretende continuar sua vitoriosa carreira!

Entre os títulos de Poliana, podemos citar dois campeonatos Paulista (2012 e 2013), duas Taças do Brasil (2012 e 2013), três Copas Libertadores (2011, 2013 e 2014) e um Mundial de Clubes (2014) pelo São José, uma Copa da Islândia (2015) pelo Stjarnan e vários pela seleção como duas Copas América (2014 e 2018), uma Copa CFA (2017), quatro Torneios Internacional (2012, 2014, 2015 e 2016), o bronze nos Jogos Sul-Americanos de 2014 e o ouro do Pan 2015.

O que esperar?

Poliana pode acrescentar ao elenco corinthiano não apenas com sua qualidade técnica, que é inquestionável, mas também com sua experiência. Afinal, esteve na mágica equipe do São José que dominou o futebol feminino entre 2011 e 2014, conquistando até mesmo o mundo. Além disso, ela se aventurou no futebol dos EUA antes mesmo de Andressinha, e lá produziu uma carreira sólida que a permitiu se manter continuamente na seleção. Isso sem falar na sua passagem pela Islândia, que foi curta mas lhe proporcionou bagagem europeia no currículo.

Dentro de campo, Poliana é uma lateral competente na marcação, que oferece muita segurança defensiva e excelente equilíbrio psicológico. Isso pode ser muito importante em diversos momentos dessa temporada, por dois motivos: primeiro, pois o Corinthians é sério candidato ao título em todas as competições do ano; e segundo, pois esse favoritismo faz com que o Timão também seja o time a ser batido, em todos os jogos. Em 2020, cada partida será uma final.

Ah sim, e de final Poliana entende. Ela gosta de fazer seus golzinhos decisivos. Viu, Arthur Elias?

Pâmela: faro de gol à prova

Pâmela tem passagens pela Seleção
Pâmela tem passagens pela Seleção (Foto: Net Vasco)
A atacante de 30 anos, natural do Rio de Janeiro, chega no Timão com um duro desafio: reconfortar os corações dos corinthianos, partidos após a saída de Millene - titular absoluta do time, além de artilheira do Timão no ano de 2019 e eleita melhor jogadora do Campeonato Brasileiro. Sua contratação foi uma resposta à forte reação da torcida, que pedia uma  reposição à altura da grande perda. Sua contratação foi anunciada no último dia 6 de janeiro.

Sua carreira começou no seu estado de origem, defendendo o Americano, e nos anos seguintes a atacante também passou por outros clubes, como Santos, Campo Grande (RJ) e Vasco. Além disso, ainda jovem a jogadora foi convocada para disputar torneios de base, como a Copa do Mundo sub-20 em 2006 e 2008 e o Sul-Americano de 2008 (no qual o Brasil foi campeão).

Mas foi em 2015 que Pâmela chegou no clube onde deslancharia e teria mais sucesso: o Flamengo/Marinha. Lá, em quatro anos, ela consolidou sua fama de artilheira, marcando 36 gols em 64 jogos, chegando a se tornar a maior goleadora do clube em toda sua história!

Em em maio do ano passado, porém, surgiu a chance de ir jogar na liga chinesa, mais precisamente no Yunnan Hengjun Beilian. Mas o faro de gol permaneceu o mesmo: ela foi a artilheira da última edição do torneio, com 15 gols marcados. E agora, de volta ao Brasil, ela vem disputar posição no ataque alvinegro com nomes como Adriana e Gabi Nunes, recém-recuperadas de lesões.

Entre os títulos de Pâmela podemos citar: quatro campeonatos Carioca (2015 a 2018) e um Brasileiro (2016) pelo Flamengo.

O que esperar?

Além da experiência e do histórico de artilheira, Pâmela traz ao Corinthians algo fundamental dentro de campo: qualidade técnica. Pesa a seu favor o fato de ser ambidestra e muito boa no cabeceio - dois fundamentos importantes para uma atacante, e que deixa a Fiel na expectativa de que ela supra à altura a perda de Millene, caso conquiste a titularidade.

Vale lembrar, também, que Pâmela é uma jogadora muito versátil, pois já atuou como lateral (esquerda e direita), meio-campo e atacante (de beirada, ou mais fixa, como centroavante), fazendo com que o técnico Arthur Elias tenha um leque de opções para utilizá-la, inclusive junto com Adriana ou Nunes. Uma coisa é indiscutível: Pâmela chega para agregar, e muito, ao Corinthians.

Escrito por Luis Guilherme de Toledo Rillo, Rodrigo Chirico e Thiago Lopes, revisado por Daniel Keppler

Siga os autores no Twitter: @_guitoledo1 @chirico_rodrigo @thiagoncio_ 

Nenhum comentário:

Postar um comentário