Em 2019, o Corinthians Feminino conquistou praticamente tudo o que disputou. E em 2020? (Foto: Bruno Teixeira/Corinthians) |
O Corinthians Feminino se reapresentou essa semana, mas todos já sabiam que as notícias eram as melhores possíveis: das 24 jogadoras do elenco campeão de quase tudo que disputou em 2019, nada menos que 23 haviam renovado contrato - a exceção ficou por conta da atacante Milene.
Mas como se essa manutenção quase total do elenco não bastasse, o Timão foi lá e se reforçou, e com três nomes que prometem agregar demais a um elenco que já era, talvez, o mais qualificado do país. Vamos aqui analisar essas contratações e pensar sobre o que elas podem trazer de bom para o Corinthians!
Andressinha: reforço de impacto
Andressinha vem dos EUA (Foto: Reprodução/Corinthians) |
O anúncio do Corinthians foi feito logo pela manhã, e a importância da contratação foi refletida na sua repercussão: a jogadora fez parte dos trending topics do Brasil por várias horas. Não é à toa: Andressinha é uma jogadora de grande habilidade e longo currículo internacional, mesmo tendo apenas 24 anos!
Ela, que é natural de Roque Gonzales (RS), surgiu para o futebol em 2009, ainda com 14 anos, ao ser selecionada em uma peneira para integrar a equipe do Pelotas. Já no ano seguinte, foi para o Kindermann (SC), onde jogou cinco temporada e empilhou troféus estaduais, assim como obteve duas artilharias da competição. Também foi jogando no Sul que ela conseguiu suas primeiras convocações na Seleção, no sub-17 (2010), no sub-20 (2012) e na principal (2012)!
Em 2015, a meia jogou pela seleção em dois grandes torneios, ambos no Canadá: a Copa do Mundo, em junho, e os Jogos Panamericanos em julho. No primeiro o Brasil não teve sorte e caiu nas oitavas, mas no segundo a campanha foi exemplar e terminou na medalha de ouro! Logo em seguida, ocorreu o anúncio de que Andressinha estava de mudança para os EUA, onde defenderia o Houston Dash. Lá, ela permaneceu por três temporadas, inclusive durante 2016, ano em que disputou as Olimpíadas do Rio pela seleção.
Durante todos os anos no Dash, a atleta jogou no Brasil por empréstimo ao término de seus compromissos pela NWSL: em 2015, jogou o Brasileiro pelo Tiradentes, para onde foi por meio de um draft realizado pela CBF; em 2016, foi para a Ferroviária, onde jogaria a Libertadores - mas uma convocação para a Seleção a impediu de defender o clube; e em 2017, esteve no Iranduba (AM), onde jogou o estadual.
No ano seguinte, em janeiro, Andressinha foi envolvida em uma troca de jogadoras e se transferiu para o Portland Thorns, onde esteve por duas temporadas: 2018 (ano em que ela voltou a jogar emprestada pelo Iranduba, para jogar a Libertadores) e 2019 (quando veio a disputa de sua segunda Copa do Mundo pela seleção). E esse ano, a volta definitiva ao Brasil, para defender o Timão!
Entre os títulos de Andressinha, podemos citar: quatro Catarinenses pelo Kindermann (2010 a 2013), um Amazonense pelo Iranduba (2017), e vários pela seleção como duas Copas América (2014 e 2018), uma Copa CFA (2017), quatro Torneios Internacional (2012, 2014, 2015 e 2016) e o ouro do Pan 2015.
O que esperar?
Andressinha é apontada como uma sucessora da geração de Marta, Cristiane e Formiga. Mas ela já conseguiu seu destaque, mesmo no meio de tantas craques!A meia é conhecida por sua capacidade de leitura de jogo e inteligência tática. Além disso, outra característica importante pela qual a jogadora é conhecida é a bola parada; no último Mundial, devido a ausência de Formiga no jogo contra a Itália, uma das jogadas mais exploradas foi a bola parada, sempre cobrada por ela.
Em 2020, Andressinha chega para brigar por posição no time titular que já é fortíssimo e só tende a melhorar com sua adição. O meio-campo corinthiano, considerado por muitos o melhor do país, ganha mais uma craque, causando aquela dor de cabeça boa que todo técnico gostaria de ter...
Poliana: segurança e experiência
Poliana jogou com Marta nos EUA (Foto: Orlando City SC) |
Poliana é natural de Ituiutaba (MG) e começou sua carreira no futebol em 2008, na equipe paulistado Rio Preto, onde se destacou e acabou transferida para o Santos no ano seguinte. Mas foi no São José, que a contratou em 2010, que sua carreira deslanchou: em quatro anos de clube, ela ajudou o clube a conquistar nada menos que três Copas Libertadores e um Mundial de Clubes, com direito a vitória sobre a fortíssima equipe do Arsenal Ladies (ING) por 2x0. Em 2011, inclusive, foi dela o gol do título continental.
A atleta acabou chamando a atenção do Houston Dash (EUA), que em dezembro de 2014 a contratou para disputar a NWSL. No ano seguinte, por empréstimo, Poliana foi parar na Islândia, onde ajudou a equipe do Stjarnan a chegar nos mata-matas da UEFA Women's Champions League e também a conquistar a Copa da Islândia. Ao voltar para os EUA, continuou em Houston até 2018, quando foi negociada com o Orlando Pride.
No ano passado, porém, Poliana voltou para o Brasil, onde retornou ao São José e disputou pela equipe os campeonatos Paulista e Brasileiro. E agora vem para o Corinthians, onde pretende continuar sua vitoriosa carreira!
Entre os títulos de Poliana, podemos citar dois campeonatos Paulista (2012 e 2013), duas Taças do Brasil (2012 e 2013), três Copas Libertadores (2011, 2013 e 2014) e um Mundial de Clubes (2014) pelo São José, uma Copa da Islândia (2015) pelo Stjarnan e vários pela seleção como duas Copas América (2014 e 2018), uma Copa CFA (2017), quatro Torneios Internacional (2012, 2014, 2015 e 2016), o bronze nos Jogos Sul-Americanos de 2014 e o ouro do Pan 2015.
O que esperar?
Poliana pode acrescentar ao elenco corinthiano não apenas com sua qualidade técnica, que é inquestionável, mas também com sua experiência. Afinal, esteve na mágica equipe do São José que dominou o futebol feminino entre 2011 e 2014, conquistando até mesmo o mundo. Além disso, ela se aventurou no futebol dos EUA antes mesmo de Andressinha, e lá produziu uma carreira sólida que a permitiu se manter continuamente na seleção. Isso sem falar na sua passagem pela Islândia, que foi curta mas lhe proporcionou bagagem europeia no currículo.Dentro de campo, Poliana é uma lateral competente na marcação, que oferece muita segurança defensiva e excelente equilíbrio psicológico. Isso pode ser muito importante em diversos momentos dessa temporada, por dois motivos: primeiro, pois o Corinthians é sério candidato ao título em todas as competições do ano; e segundo, pois esse favoritismo faz com que o Timão também seja o time a ser batido, em todos os jogos. Em 2020, cada partida será uma final.
Ah sim, e de final Poliana entende. Ela gosta de fazer seus golzinhos decisivos. Viu, Arthur Elias?
Pâmela: faro de gol à prova
Pâmela tem passagens pela Seleção (Foto: Net Vasco) |
Sua carreira começou no seu estado de origem, defendendo o Americano, e nos anos seguintes a atacante também passou por outros clubes, como Santos, Campo Grande (RJ) e Vasco. Além disso, ainda jovem a jogadora foi convocada para disputar torneios de base, como a Copa do Mundo sub-20 em 2006 e 2008 e o Sul-Americano de 2008 (no qual o Brasil foi campeão).
Mas foi em 2015 que Pâmela chegou no clube onde deslancharia e teria mais sucesso: o Flamengo/Marinha. Lá, em quatro anos, ela consolidou sua fama de artilheira, marcando 36 gols em 64 jogos, chegando a se tornar a maior goleadora do clube em toda sua história!
Em em maio do ano passado, porém, surgiu a chance de ir jogar na liga chinesa, mais precisamente no Yunnan Hengjun Beilian. Mas o faro de gol permaneceu o mesmo: ela foi a artilheira da última edição do torneio, com 15 gols marcados. E agora, de volta ao Brasil, ela vem disputar posição no ataque alvinegro com nomes como Adriana e Gabi Nunes, recém-recuperadas de lesões.
Entre os títulos de Pâmela podemos citar: quatro campeonatos Carioca (2015 a 2018) e um Brasileiro (2016) pelo Flamengo.
O que esperar?
Além da experiência e do histórico de artilheira, Pâmela traz ao Corinthians algo fundamental dentro de campo: qualidade técnica. Pesa a seu favor o fato de ser ambidestra e muito boa no cabeceio - dois fundamentos importantes para uma atacante, e que deixa a Fiel na expectativa de que ela supra à altura a perda de Millene, caso conquiste a titularidade.Vale lembrar, também, que Pâmela é uma jogadora muito versátil, pois já atuou como lateral (esquerda e direita), meio-campo e atacante (de beirada, ou mais fixa, como centroavante), fazendo com que o técnico Arthur Elias tenha um leque de opções para utilizá-la, inclusive junto com Adriana ou Nunes. Uma coisa é indiscutível: Pâmela chega para agregar, e muito, ao Corinthians.
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