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28 de janeiro de 2020

Por onde andam os destaques do Corinthians nas últimas Copinhas?

Pedrinho comemora gol pelo Corinthians
Pedrinho é, talvez, o jogador da base que mais teve espaço no profissional do Corinthians recentemente (Foto: Marcos Ribolli/GE)

No último sábado, terminou mais uma edição da Copa São Paulo de Futebol Junior, a nossa Copinha. Disputada desde 1969, o Corinthians é o maior vencedor e já levantou 10 taças, mas esse ano acabou ficando no quase, sendo eliminado pelo Internacional (que foi o campeão) na semifinal.

Mas isso não significa que nosso histórico recente na competição é ruim, e pelo contrário: nos últimos 10 anos, o Timão foi campeão três vezes (2012, 2015 e 2017), vice-campeão outras duas (2014 e 2016) e chegou à semifinal em 2019 e 2020.

E em campanhas de destaque, é natural que haja jogadores de destaque. Mas, nem todos eles justificaram esse bom início de carreira ao longo dos anos. Alguns sumiram no mundo do futebol. Já outros, estão no profissional e têm um futuro muito promissor!

Para relembrar nossas campanhas e fazer essa análise, decidimos rever os últimos 10 anos de Timãozinho na Copinha, selecionar um jogador de cada ano que, na nossa visão, se destacou no torneio e analisar como sua carreira se desenvolveu depois do torneio. Vamos lá?

Copinha 2011 – Jô

Jô na Copinha 2011 pelo Corinthians
Jô (Foto: Futura Press)
A fase de grupos do Corinthians na Copinha de 2011 foi disputada na cidade de Barueri. O clube passou com 100% de aproveitamento, após bater as equipes do Sport Barueri, Cacerense-MT e Juventude-MA e foi enfrentar o Desportivo Brasil na segunda fase. O Timão teve o melhor ataque da primeira fase, mas no mata-mata ficou no zero logo de cara e foi eliminado pelo Desportivo Brasil após perder por 1x0.

O destaque do Corinthians naquela edição foi o atacante Jô. Mas calma, não é o Jô que conhecemos. Jonatas Figueira Fernandes, ou simplesmente Jô, colocou a bola no fundo da rede 4 vezes naquela Copinha. O destaque foi tanto que, em entrevista ao LANCENET!, o próprio atacante afirmou que tinha condições de ser o substituto de Ronaldo.

Apenas dois dias depois de subir ao profissional, o “Garoto Problema” – apelido ao qual ficou conhecido – desentendeu-se com o médico Dr. Joaquim Grava e foi rebaixado para as categorias de base. Outros problemas disciplinares, como ausências em treinos e desaparecimentos, fizeram com que o atacante fosse emprestado ao Grêmio. Em 2012, foi para o São Caetano, clube de sua cidade.

Após o final da Série B daquele ano, Jô ficou sem atuar até 2015. Em entrevista à ESPN em agosto de 2015, reconheceu sua responsabilidade pela carreira não ter deslanchado. "O grande problema sempre fui eu. Sempre eu quem não correspondia, tive oportunidade e não quis. Eu não estava com a cabeça boa. O culpado fui eu mesmo. Aconteceram algumas coisas, mas o culpado sou eu". Nesses três anos sem jogar, o atacante irmão do lateral Mario Fernandes atuou pelo futsal do São Caetano.

Jô chegou a ser artilheiro da Série D no ano da sua volta, em 2015, com 12 gols. Atualmente está sem clube.

Copinha 2012 – Giovanni

Giovanni foi reserva do Corinthians campeão do mundo em 2012
Giovanni (Foto: Reprodução/Meu Timão)
Em busca do octacampeonato, o Corinthians viajou até Jaguariúna para disputar a fase de grupos. Com 14 gols marcados, nenhum sofrido e 100% de aproveitamento, o Timão se classificou para a segunda fase após vencer o Santos-PB por 9x0, a Desportiva Ferroviária-ES por 2x0 e o Juventus-SP por 3x0.

Nas fases eliminatórias, o Timão venceu as equipes do Goiás, Primeira Camisa, América-MG e Atlético-PR até chegar à final contra o Fluminense. Na decisão, com dois gols de Antônio Carlos, um deles aos 42 do segundo tempo, a equipe comandada pelo técnico Narciso venceu o jogo de virada e conquistou o octacampeonato, levantando a taça no Pacaembu.

O destaque do Timão naquela competição foi o meia-atacante Giovanni. Logo após a competição, o meia de apenas 18 anos recebeu diversas chances no profissional. Após 17 jogos e 2 gols marcados, Giovanni, que recusou uma vaga na Seleção Sub-20 para disputar o Mundial de Clubes em 2012, mesmo que na reserva, foi emprestado para a Ponte Preta em junho de 2013. Depois, seguiu a sua saga de empréstimos passando por Portuguesa, São Bento, Atlético-PE e Tigres do Brasil, até o fim de seu contrato em 2016. Depois, passou pelo Náutico e Goiás, até parar no Coritiba, clube que defende atualmente.

Copinha 2013 – Leandro Augusto

Leandro Augusto nunca defendeu o Corinthians pelo profissional
Leandro Augusto (Foto: Célio Messias/Agência Estado)
O Timão disputou a fase de grupos da Copa São Paulo de 2013 na cidade de Araras. O clube avançou ao mata-mata na primeira colocação com 7 pontos, após empatar por 2x2 com o XV de Piracicaba, vencer o Americano-MA por 3x0 e bater o União São João por 4x2. Com essa campanha, o Corinthians enfrentou o Bahia na segunda fase, mas acabou perdendo por 1x0 e deu adeus ao torneio.

O destaque daquela campanha foi o atacante Leandro Augusto. Campeão do mundo em 2011 em Madrid pela base do Corinthians e campeão da edição anterior da Copinha, Leandro, que tinha 19 anos na época, marcou 6 gols em 4 jogos.

Sem nunca entrar em campo pelo profissional do clube, o jogador foi negociado com o Leixões (POR), em 2014. Após passagens por alguns times no Brasil e Europa, ele atuou em 2019 pelo Real Ariquemes-RO. Hoje em dia está sem clube.

Copinha 2014 – Zé Paulo

Zé Paulo teve poucas chances no profissional do Corinthians
Zé Paulo (Foto: Reprodução/Futebol Interior)
Na primeira Copinha sob o comando de Osmar Loss, o Corinthians foi até Limeira na fase de grupos. Após fazer 7 pontos, o Corinthians se classificou à segunda fase depois de empatar em 1x1 com o Remo, vencer o XV de Piracicaba por 2x1 e golear a Inter de Limeira por 4x0. Na segunda fase goleou o Juventude por 7x1, bateu o Flamengo por 2x1, venceu o Paraná por 1x0 e derrotou o Fluminense por 2x1 na semifinal. Mas na decisão, contra o Santos, o Corinthians foi derrotado por 2x1, em jogo emocionante, ficando com o vice-campeonato.

O destaque do Corinthians naquela edição foi o meia Zé Paulo. Após as boas atuações na competição, o meia natural do Rio de Janeiro recebeu chances no profissional sob o comando de Mano Menezes. A estreia de Zé Paulo chamou bastante atenção, mesmo com a derrota do Timão por 2-0 para o Bragantino.

Depois de atuar em sete partidas, sem fazer nenhum gol, o meia foi emprestado para o Atlético-PR em setembro de 2014, onde fez apenas uma partida. Em 2015, foi emprestado para o Bragantino. Depois, foi para o Rio Ave (POR). Hoje em dia defende o Leixões, do mesmo país, e não tem mais vínculos com o Corinthians.

Copinha 2015 – Matheus Cassini

Matheus Cassini já passou por vários clubes, mesmo jovem
Matheus Cassini (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
Após o vice-campeonato no ano anterior, o objetivo do Corinthians era ser novamente campeão da Copa SP. A fase de grupos foi disputada em Barueri. E o Timão avançou com 100% de aproveitamento, após vencer o Guaicurus-MS por 3x1, o Rio Branco-AC por 4x0 e os donos da casa Grêmio Barueri também por 4x0. Nas fases eliminatórias, mais vitórias: sobre o Grêmio Prudente por 5x1, Goiás por 2x0 (jogo que ficou bastante marcado pela péssima ação da Polícia Militar com a torcida corinthiana), São Caetano por 4x2, São Paulo por 3x0 e, enfim, um difícil 1x0 sobre o Botafogo de Ribeirão Preto, dando o título ao Timão em um ano de campanha 100%!

O destaque daquela equipe foi o meia Matheus Cassini. Mesmo com destaque, nunca chegou a atuar pelo profissional do clube por conta de polêmicas com seu ex-empresário, que para muitos foram responsáveis por um dano irreversível na carreira do atleta.

Em relato ao Lance em julho de 2017, Cassini afirmou: “Eu descobri tudo que aconteceu quando eu voltei pro Brasil. Quando eu estava no Corinthians eu era muito inocente, não entendia nada de contrato, essas coisas. E quando eu voltei, eu entendi que chegaram propostas para meu empresário e ele não aceitou. E eu não sabia de nada. Estava acabando meu contrato com o empresário e o Corinthians fez uma proposta pra mim, mas para ele (empresário) não era interessante que eu ficasse lá e se ele não me vendesse, ele não teria retorno. Então ele escondeu as propostas que o Corinthians fez, para me vender e ganhar a porcentagem dele, que ele tinha mais do que a metade (da porcentagem), se não me engano. Depois que eu fui para o Palermo me largaram”.

A venda de Cassini para o Palermo (ITA) rendeu ao Corinthians apenas € 1,5 milhão, pois o contrato do jogador estava próximo do fim. Depois da Itália, ele ainda passou por Inter Zapresic (CRO), Siracusa (ITA), Ponte Preta, Santos (equipe B), Oeste, Estoril sub-23 (POR) e Amiens (FRA), onde está atualmente, na equipe B.

Em 2018, houve rumores de uma possível negociação para seu retorno ao Corinthians, o que nunca aconteceu.

Copinha 2016 – Maycon

Maycon foi vendido em 2018 por quase R$ 28 milhões
Maycon (Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians)
Em busca do bicampeonato consecutivo, o Corinthians viajou até Limeira para disputar a fase de grupos. Mais uma vez com 100% de aproveitamento, o Timão avançou à fase eliminatória após derrotar o Bragantino por 2x0, o Botafogo-PB também por 2x0 e a Inter de Limeira por 3x0. Nas fases eliminatórias, goleou o Paysandu por 6x0, venceu o Guarani por 2x1, derrotou o Internacional por 5x2, bateu o Ituano por 6x1 e venceu o Cruzeiro por 2x1, até chegar à final contra o Flamengo. Mesmo depois de abrir 2x0, o Timão levou o empate e acabou perdendo o campeonato nos pênaltis.

O grande destaque do Corinthians na competição foi o meio-campo Maycon. O volante chegou a receber chances de Tite na equipe principal em 2016, marcando um gol, inclusive, mas em julho foi emprestado à Ponte Preta para adquirir experiência.

Já em 2017, sob o comando de Fábio Carille, se tornou titular da equipe campeã paulista e heptacampeã brasileira, sendo inclusive convocado algumas vezes para a Seleção Brasileira sub-20. Em 2018, fez o gol de pênalti que deu ao Corinthians o título paulista contra o Palmeiras no Allianz Parque. Após 107 jogos e 9 gols marcados, o meio-campista da base foi vendido ao Shakhtar Donetsk (UCR) em junho por € 6,6 milhões. Ele segue no clubr ucraniano até hoje, e no início desse ano foi convocado para defender a Seleção sub-23 no Torneio Pré-Olímpico Sul-Americano.

Copinha 2017 – Pedrinho

Pedrinho é o atual camisa 10 dos profissionais do Corinthians
Pedrinho (Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians)
Depois da decepção do vice-campeonato na edição anterior, o Corinthians, mais uma vez, ia em busca de seu décimo título da competição. Disputando a primeira fase em Taubaté, o Timão teve uma campanha avassaladora com 100% de aproveitamento, após bater o Pinheiro-MA, o Operário-MS e o Taubaté. Nas fases eliminatórias, eliminou o Manthiqueira-SP, o Coritiba, o Internacional, o Flamengo e o Juventus para chegar à grande final.

O adversário seria o Paulista de Jundiaí, porém a equipe foi eliminada por conta de um “gato” na equipe: o zagueiro Hellton, de 22 anos, que se inscreveu como Brendon, de 19 anos. Por isso, o Timão enfrentou o Batatais na final, que até engrossou o jogo, mas acabou perdendo por 2x1: Corinthians decacampeão!

Numa equipe repleta de destaques, o maior de todos foi o meia Pedrinho. Marcando muitos gols e dando várias assistências, o meia natural de Maceió logo caiu nas graças da Fiel e foi tratado como uma grande promessa do clube.

Estreando na equipe principal logo depois do fim da competição, Pedrinho já vestiu a camisa do Corinthians por 137 vezes, marcando 12 gols e conquistando quatro títulos (três Paulistas e um Brasileiro). Por conta de suas boas atuações com a camisa alvinegra, o meia ganhou chances na Seleção Brasileira Sub-23, onde é camisa 10 e titular. E agora, nessa temporada, o prata-da-casa será o novo 10 do clube.

Copinha 2018 – Ramonzinho

Ramonzinho não joga futebol há vários meses
Ramonzinho (Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians)
Em sua primeira Copinha sem o técnico Osmar Loss, o Corinthians viajou até Araraquara para a disputa da primeira fase da competição. Mesmo com atuações decepcionantes, o Timão conseguiu avançar, após vencer o Corumbaense e o Pinheiro-MA e empatar com a Ferroviária. Na segunda fase, o Corinthians eliminou o Sport nos pênaltis. Na terceira, venceu a Ferroviária por 3x1, mas em seguida acabou eliminado, nas oitavas, após perder por 2x0 para o Avaí.

O destaque corinthiano da competição foi o meia Ramonzinho. O jogador, natural do Rio de Janeiro, marcou três gols na Copinha e foi o artilheiro do time. No entanto, ele não teve muito espaço no clube após o torneio: poucos meses depois, em junho de 2018, saiu do Corinthians rumo ao Botafogo. Hoje em dia, ele ainda tem vínculo com o clube carioca, mas não atua há muito tempo.

Tentamos descobrir o porquê, mas nas redes sociais Ramonzinho também está ausente há meses: sua última publicação no Instagram, por exemplo, foi em 7 de maio do ano passado. Até que vimos um post de um amigo, publicado nessa sexta (24), na mesma rede social, onde ele publicou uma mensagem com a foto do atleta e os dizeres “continua sendo forte” e “já já você vai estar aqui com a gente para curtirmos seu aniversário do jeito que a gente gosta”.

Após algumas apurações junto a uma fonte interna do Corinthians, pudemos obter a informação de que o jogador sofre um problema nos rins, que o impossibilita de jogar futebol. Esperamos que ele possa se recuperar em breve e volte a atuar!

Copinha 2019 – Fabrício Oya

Fabricio Oya jogou quatro Copinhas pelo Corinthians
Fabricio Oya (Foto: Eduardo Carmim/Photo Premium)
Depois da decepcionante campanha em 2018, o torcedor corinthiano tinha esperanças de que a equipe pudesse se recuperar no ano seguinte. Disputando a primeira fase em Itu, o Corinthians avançou em primeiro, após vencer o Sinop-MT e o Capital-TO e empatar com o Ituano. No mata-mata, venceu o Porto-PE por 6x0, eliminou o Red Bull Brasil nos pênaltis, goleou o Visão Celeste-RN por 8x0 e bateu o Grêmio por 2x1, mas na fase seguinte foi eliminado nos pênaltis pelo Vasco, após empatar em 2-2.

O destaque corinthiano foi o meia Fabrício Oya, que já estava em sua quarta Copinha. Contribuindo com gols e assistências, o jovem foi o principal jogador do Timão na competição.

Depois da competição, Oya entrou em campo com os profissionais por alguns minutos na partida contra o Ituano. E em maio, foi emprestado ao São Bento, onde ficou atuou até outubro. Atualmente, o jogador está no Oeste, clube para o qual foi cedido para a disputa do Campeonato Paulista

Copinha 2020 – Gabriel Pereira

A ausência de Gabriel Pereira na semifinal foi sentida pelo time
Gabriel Pereira (Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians)
Na edição desse ano, o Corinthians foi até Franca para realizar os jogos da fase de grupos. Com 7 pontos, após vencer Retrô-DF e Fluminense-PI e empatar com a Francana/Rose'n Boys, o time avançou ao mata-mata. Depois de eliminar o Cuiabá por 3x1, derrotar o Juventude por 3x1, vencer o Mirassol por 2x1 e ganhar do Athletico-PR por 1x0, o Corinthians chegou à semifinal, onde enfrentou o Internacional e acabou perdendo por 3x1, dando adeus à competição.

Houve alguns destaques na equipe durante o torneio, mas vamos destacar um que acreditamos que merece subir ao profissional para evoluir mais ainda como jogador: o meia Gabriel Pereira, camisa 7 da equipe. Com dribles bonitos e sendo muito importante em campo, o jogador logo caiu nas graças da torcida. Sua importância para a equipe era tanta que, na semifinal, o time não sabia o que fazer sem ele.

O jogador tem contrato até março de 2022 e seu futuro na temporada ainda é indefinido, podendo continuar no sub-20, ser promovido aos profissionais ou ser emprestado. Nós já dissemos o que gostaríamos que acontecesse. Alô Tiago Nunes, dá uma atenção aqui!

Análise final

Mesmo com títulos e boas campanhas, a maioria dos destaques do Timão não conseguem se firmar na equipe principal e pouco atuam pelo clube, sendo emprestados e vendidos – por uma mixaria – logo depois.

Isso significa que até podemos formar bons jogadores, mas estamos gerindo mal essa "produção". O trabalho de transição base-profissional realizado pela diretoria corinthiana não está sendo bem feito, e isso ocorreu justamente em um período onde presenciamos uma sequência de trabalhos a longo prazo entre os adultos, com Mano, Tite e Carille. Agora, com Tiago Nunes, era mais do que urgente rever essa conexão, para que a observação e o aproveitamento dos jovens seja otimizado. Tanto para o bem do clube quanto dos jogadores.

Torcemos para que a partir desse ano, os nossos jovens corinthianos da base tenham um grande futuro nos profissionais e possam marcar seus nomes na história do clube!

Escrito por Arthur Kartalian, revisado por Daniel Keppler

Siga o autor no Twitter: @altking77

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